Há Festa na minha Aldeia
De manhã cedo estalam os foguetes num despertar enérgico. A noite anterior foi de bailarico e o domingo é dedicado aos Santos Padroeiros da aldeia. A azáfama corre nas ruas pequenas e empedradas enquanto as colchas brancas estendidas se vão vislumbrando nas janelas. Começa a Missa, o calor vai apertando e a Banda Filarmónica já se vai alinhavando para a Procissão. Estalam os foguetes anunciando o início da simbólica caminhada por entre as ruelas, onde os Santos saem às ruas recebidos por flores que vão caindo miraculosamente do céu, esvoaçando por entre as colchas brancas.
Juntam-se as pessoas, as famílias e celebra-se em alegria. Come-se cabrito assado, vai-se ao café lá do sítio onde as conversas não têm fim. Abre-se o queijo, apresentam-se orgulhosamente os bolos caseiros nas mesas, o vinho refresca as gargantas secas e esquece-se a tarde de calor.
O bailarico torna a começar, encontram-se as gentes emigradas, recordam-se tempos. Pela noite dentro abana-se o pé e os foguetes tornam a estalar. Anuncia-se o fim de mais uma festa popular. Para o ano há mais. Para o ano volta-se a reviver a tradição.
São assim, as festas na Aldeia.